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Desenvolvedor de Software
Quando trabalhamos com projetos de software, o controle de versão é uma parte fundamental para garantir colaboração e organização. Entretanto, é comum encontrarmos repositórios em que as mensagens de commit são confusas, pouco descritivas ou até mesmo inexistentes. Esse problema dificulta a compreensão histórica do projeto e a identificação de mudanças específicas. É nesse contexto que surge o commit semântico (ou conventional commit): uma forma padronizada de escrever as mensagens para que o histórico de alterações seja claro, rastreável e fácil de manter.
Neste artigo, vamos explorar o que é o commit semântico, suas principais vantagens, algumas convenções de uso e como começar a aplicá-lo nos seus projetos.
O commit semântico é uma prática que define um padrão para as mensagens de commit, tornando-as mais organizadas e fáceis de entender. A ideia é usar um formato pré-definido em cada mensagem de commit, indicando não só o que foi feito, mas também o tipo de mudança aplicada no código ou na documentação.
A estrutura básica de um commit semântico costuma seguir o seguinte formato:
<tipo>(<escopo opcional>): <descrição curta>
[corpo opcional]
[rodapé opcional]
Tipo: descreve qual a natureza da alteração. Exemplos mais comuns são:
feat
: inclusão de uma nova funcionalidade;
fix
: correção de um bug;
docs
: alterações apenas em documentação;
refactor
: mudanças de código que não alteram comportamento, mas melhoram o código;
test
: adição ou correção de testes;
chore
: tarefas gerais que não afetam o código ou a aplicação em si (por exemplo, atualizações de dependências, configurações de build);
perf
: mudanças de código que melhoram desempenho;
style
: alterações puramente estéticas (por exemplo, formatação, espaçamento, ponto e vírgula ausente etc.).
Escopo (opcional): indica o local ou módulo específico que foi modificado, o que pode ajudar a localizar rapidamente a parte do projeto afetada. Ex.: feat(api):
, fix(frontend):
.
Descrição curta: um texto objetivo descrevendo a mudança de forma direta, como se fosse um título. Deve ser sucinta e, de preferência, escrita no imperativo.
Corpo da mensagem (opcional): onde você pode detalhar o que foi feito, por que foi feito e quais impactos a mudança pode ter.
Rodapé (opcional): pode ser utilizado para indicar referências (por exemplo, ID de issues), revisões necessárias, break changes (mudanças que quebram compatibilidade) ou outras informações relevantes.
Histórico mais claro: As mensagens de commit ficam padronizadas e fáceis de ler, facilitando a análise histórica do repositório. Dessa forma, é mais simples entender rapidamente em que parte do projeto cada alteração ocorreu.
Automatização de processos: Com um padrão claro, ferramentas de integração contínua, geração de changelog e versionamento automático podem ser configuradas para reconhecer diferentes tipos de commit e executar ações específicas (por exemplo, gerar um release notes a partir dos feat
e fix
).
Facilita trabalho em equipe: Todos que trabalham no projeto passam a usar a mesma convenção de escrita, evitando confusões sobre o que foi feito. Isso reduz retrabalho e ruídos na comunicação.
Melhor rastreabilidade: Se alguém precisar entender a origem de um bug ou de uma funcionalidade, basta olhar o histórico e encontrar facilmente o commit que introduziu aquela mudança.
Para tornar mais claro, veja alguns exemplos de mensagens seguindo a convenção:
feat(login): adicionar validação de senha forte
Tipo: feat
(adicionando funcionalidade)
Escopo: login
(módulo de login)
Descrição: “adicionar validação de senha forte”
Significado: foi introduzida uma nova funcionalidade que valida a força da senha no processo de login.
fix(api): corrigir endpoint para retornar dados corretos
Tipo: fix
(correção de bug)
Escopo: api
(código relacionado à API)
Descrição: “corrigir endpoint para retornar dados corretos”
Significado: houve a correção do código que lida com respostas da API, resolvendo um bug específico.
docs(readme): atualizar instruções de instalação
Tipo: docs
(mudanças em documentação)
Escopo: readme
Descrição: “atualizar instruções de instalação”
Significado: apenas mudanças na documentação principal do projeto, sem impacto no código.
refactor: remover função obsoleta de cálculo de imposto
Tipo: refactor
(reorganização e limpeza de código)
Descrição: “remover função obsoleta de cálculo de imposto”
Significado: o funcionamento do software não mudou, mas o código foi melhorado pela remoção de algo obsoleto.
Defina as regras no seu time: Se você trabalha em equipe, alinhe todos sobre os tipos de commit que serão utilizados, escopos, e como escrever as descrições.
Use ferramentas para automatizar: Há ferramentas que validam a mensagem de commit antes de permitir que ele seja concluído. Exemplos incluem commitlint e husky. Elas ajudam a garantir que seu time siga o padrão estabelecido.
Comece aos poucos: Se o projeto já existe, não é necessário (e muitas vezes nem recomendável) reescrever todo o histórico. Comece aplicando o padrão em cada novo commit e incentive todos a fazerem o mesmo.
Seja consistente: A consistência é mais importante do que a perfeição. Mantenha as mensagens coerentes e objetivas, e não se preocupe se nem sempre estiver 100% perfeito. Com o tempo, o processo se tornará natural.
O commit semântico é uma prática simples de ser implementada, mas que traz um impacto extremamente positivo na organização e rastreabilidade do histórico de um projeto. Ao padronizar as mensagens de commit, você torna o repositório mais claro, facilita a vida de toda a equipe e abre caminho para automações poderosas em seu fluxo de desenvolvimento.
Se você ainda não usa commit semântico no seu projeto, vale a pena experimentar. Converse com a sua equipe ou aplique individualmente em seus projetos pessoais, e observe como esse padrão pode melhorar a produtividade e a qualidade do código ao longo do tempo.
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